Oficina de reflexão artística na Trafaria com a escultora Helena Elias do projeto Photo Impulse
Está a decorrer, ainda durante este mês de janeiro, nas instalações da Misericórdia da Trafaria e em espaços envolventes, a oficina Re(com)figurações que visa problematizar a noção de fronteira e tornar presente as suas implicações geo-políticas através de um confronto com as apropriações afetivas dos territórios pelos que nele habitam. Em contraste com as fotografias das missões de geodesia e delimitação de fronteira de que a proposta parte, o mapa que aqui se traça é um mapa emocional. As fotografias e álbuns fotográficos de geodesia e delimitação de fronteira, que aqui se discutem, foram produzidas durante diversas campanhas de delimitação de fronteiras, desde final do século XIX, nos territórios africanos e asiáticos ocupados por Portugal. Encontram-se guardadas no Arquivo de Fronteiras do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa e são objeto de estudo da equipa do projeto FCT Photo Impulse, do ICNOVA.
Ao mapa administrativo e político sobrepõe-se um mapa feito de memórias e de experiências dos habitantes, que depois representam estas memórias através de desenhos e traçados sobre o mapa geográfico. A oficina envolve também a construção de marcos/esculturas temporárias que serão colocadas nos locais afetivos dos participantes, momento performático em que cada um conta a sua história daquele lugar, faz fotografias ou traz um objeto pessoal.
Esta proposta integra a programação desenvolvida na Trafaria pelo projeto europeu T-Factor. Foi já objeto de notícia na TSF. Pode ser escutado e lido aqui: https://www.tsf.pt/portugal/sociedade/e-se-as-fronteiras-fossem-definidas-por-memorias-este-e-o-mapa-afetivo-da-trafaria-14442170.html
Legendas: Imagens da oficina mostrando a inscrição das fronteiras afetivas sobre o mapa administrativo da Trafaria.
