Imagens&Arquivos: Fotografia e Filmes2021-07-20T15:50:05+00:00

 

Imagens&Arquivos: Fotografia e Filmes

Teresa Mendes Flores, Sílvio Marcus de Souza Correa & Soraya Vasconcelos (Cords.)

Coleção: Livros ICNOVA
Ano de edição: 2021
DOI: https://doi.org/10.34619/eg8k-sjem

Sumário
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O livro Imagens&Arquivos: Fotografias e Filmes reune um conjunto de textos e ensaios visuais que reflete sobre aspetos diversificados das relações entre as imagens de cariz fotográfico, tanto fixas como em movimento, e os arquivos. Quando Roland Barthes encontra o noema da fotografia no seu inexorável “isto foi”, está a afirmar a dimensão de vestígio visual do passado, e portanto, a sua relação íntima com a história, tanto pessoal quanto coletiva. Em paralelo, a multiplicação de imagens que os aparelhos de fotografar e filmar possibilitam coloca, desde o início, o problema do seu arquivo e organização, tornando-as imagens arquivais por natureza. Um aspeto bem presente nas imagens digitais que, hoje, podem incorporar nos seus metadados o registo da data e local precisos do momento em que foram produzidas, bem como a possibilidade de adicionar legendas e palavras-chave que permitem a sua melhor classificação e localização nos arquivos computacionais. Tanto a racionalidade arquival quanto as questões da materialidade das imagens são pontos de ligação entre vários textos da colectânea e temas centrais dos textos de Elizabeth Edwards e de John Tagg que aqui apresentamos em tradução portuguesa.

Os trabalhos apresentados sobre as imagens como fontes e/ou objetos de estudos trouxeram à baila os percursos, às vezes labirínticos, em arquivos nacionais e estrangeiros das investigações sobre temas de cultura visual, notadamente na interface com a história dos impérios coloniais, tema que atravessa muitas das propostas desta colectânea, incluindo os diversos ensaios visuais. Este género surge aqui completamente integrado na proposta do livro e não como um seu suplemento. Pensamos nestes ensaios como evidências do potencial crítico e ativo da investigação artística baseada em pesquisa, como forma de construção do conhecimento. A abordagem artística introduz-se no seu objeto, não fala sobre”, antes fala do lugar da experiência. Assim, num livro que se dedica a pensar a imagem fotográfica (fixa ou em movimento) e os conjuntos dessas imagens que se constituem em arquivos, considerámos haver espaço não só para falar sobre” mas também para deixá-las expressar-se a partir desse ponto de coincidência.

Este livro não é, por isso, sobre imagens do passado, mas sobre a sua presença no espaço público visual contemporâneo e sobre suas múltiplas vidas.