Pedro Miguel Frade​

(1960 – 1992)

Pedro Miguel Frade foi um dos primeiros alunos da Licenciatura em Comunicação Social da FCSH na Universidade Nova de Lisboa.

A 10 de Abril de 1989 defendia a sua tese de mestrado em Comunicação Social sob o título “A Fotografia Antes da sua cultura. Aventuras do olhar e desventuras da razão no século de Daguerre”, tendo sido aprovada com Muito Bom.

Pouco antes, em 1987, publicava o seu primeiro artigo científico – “Obscuridade e paixões, paixões do obscuro”, na Revista de Comunicação e Linguagens, nº 5 – “Paixões” – pp. 73-83. Nesse mesmo ano iniciava funções como monitor no ainda Departamento de Comunicação Social e passava a integrar também o grupo de investigadores do CECL – Centro de Estudos de Comunicação e Linguagens. Foi ainda membro do Conselho Consultivo nacional da Revista de Comunicação e Linguagens.

Durante os anos de 1987 e 1988 produziu, em associação com Jorge Molder e Madalena Perdigão, uma série de exposições e colóquios de fotografia. Entretanto traduzia também a importante obra Gisele Freund, Fotografia e sociedade, publicada pela Vega em 1989.

Mais tarde, pouco após a sua morte, era publicada a sua obra de referência, em 1992: Figuras do Espanto, a Fotografia Antes da sua Cultura, das Edições Asa. Figuras do Espanto é uma obra pioneira na reflexão ensaística portuguesa sobre o universo da fotografia, propõe uma singular compreensão da sua história que sublinha o quanto – e de que modos – as nossas atitudes em relação ao fotográfico têm, desde a sua emergência, mudado. Interrogando a complexidade dos processos de naturalização da imagem fotográfica, é a metamorfose do espanto que a análise de Pedro Miguel Frade revela, num trajecto que vai da sua radicalidade à sua previsibilidade, conduzindo assim à constituição de uma cultura fotográfica.

Em 1992, após a sua morte, foi constituída a Colecção Pedro Miguel Frade, composta por 345 títulos de monografias, que constituiu a biblioteca particular de Pedro Miguel Frade, tendo sido doada à Fundação Calouste Gulbenkian. Embora relativamente pequeno, é um fundo importante para a pesquisa nas áreas da estética, da fotografia e da semiologia.

Em 1999 era criado o Prémio Pedro Miguel Frade que tinha como objectivo distinguir fotógrafos até aos 30 anos. Os trabalhos premiados tinham direito a um catálogo e uma exposição no edifício da Cadeia da Relação do Porto, casa que abriga o CPF. Prémio atribuído pelo Centro Português de Fotografia (CPF). O Prémio de Fotografia Pedro Miguel Frade – homenagem a um jovem investigador da natureza da fotografia – destinava-se a fotógrafos com menos de 30 anos. Posteriormente, no mesmo Centro Português de Fotografia era criada a Biblioteca Pedro Miguel Frade do Centro Português de Fotografia (Edifício da Ex-Cadeia e Tribunal da Relação do Porto, no Largo Amor de Perdição – no Porto), que está aberta ao público.