Lista A eleita para a Coordenação do ICNOVA no biénio 2025–2027
No passado dia 6 de junho de 2025, entre as 10h00 e as 12h00, decorreu o ato eleitoral para a nomeação da nova Coordenação da Unidade de Investigação ICNOVA, na sala 308 da Torre B da NOVA FCSH, Avenida de Berna, em Lisboa.
Duas listas apresentaram-se a sufrágio:
- Lista A, composta por Paulo Nuno Vicente e Maria do Carmo Piçarra
- Lista B, composta por Teresa Flores e Carla Fernandes
O processo eleitoral decorreu com normalidade, contando com a presença dos mandatários de ambas as listas — António Granado (Lista A) e Marisa Torres da Silva (Lista B) — bem como da atual coordenadora do ICNOVA, Professora Doutora Cristina Ponte.
Foram recebidos um total de 67 votos, dos quais 30 por via postal, através do expediente da FCSH. Após a contagem, os resultados apurados foram os seguintes:
- Lista A: 33 votos
- Lista B: 32 votos
- Votos nulos: 1
- Voto em branco: 1
Com este resultado, a Lista A foi eleita para assumir a Coordenação do ICNOVA no biénio 2025–2027.
Um programa para o futuro: Inovação, Inclusão e Impacto
O programa da nova coordenação, intitulado “Inovação, Inclusão e Impacto”, propõe uma série de iniciativas estratégicas para o reforço e desenvolvimento da unidade de investigação. Entre as principais medidas previstas, destacam-se:
- Descentralização do modelo de governança do ICNOVA
- Políticas de fixação de investigadores e desenvolvimento de carreiras académicas
- Reforço da internacionalização e da gestão integrada de Ciência e Tecnologia
- Programa “Futuro ICNOVA” de mentoria e desenvolvimento de carreira
- Programa “Residências ICNOVA” e novas ações interdisciplinares
- Plano de modernização infraestrutural “ICNOVA + Instalações”
- Reforço da equipa especializada em inovação e tecnologias para a investigação
A candidatura também assume um compromisso firme com a projeção do ICNOVA na sociedade, através do fomento de parcerias culturais, envolvimento cívico e participação ativa dos seus membros em políticas públicas.
Perfis dos coordenadores eleitos
Paulo Nuno Vicente

Paulo Nuno Vicente é Professor Associado com Agregação em Media Digitais na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa, fundador do iNOVA Media Lab (2016) e do Observatório Social para a Inteligência Artificial e os Dados Digitais (2024). A sua trajetória académica distingue-se pela interseção entre os estudos de media, tecnologias emergentes e cultura, sendo pioneiro em Portugal na investigação sobre os impactos sociais da Inteligência Artificial.
Doutorado no âmbito do programa UT Austin-Portugal, desenvolveu uma investigação inovadora sobre os correspondentes estrangeiros na África Subsaariana, combinando trabalho de campo etnográfico em Joanesburgo, Dakar e Nairobi com um inquérito pan-africano a jornalistas de 41 países. Esta investigação, reconhecida internacionalmente, resultou em publicações em editoras académicas de referência como Taylor & Francis e Routledge.
Desde 2013, a sua investigação centra-se na relação entre os media emergentes, as tecnologias digitais e a sociedade, aplicando abordagens dos Estudos de Ciência e Tecnologia e dos Estudos + Críticos da Inteligência Artificial. É autor de diversos artigos científicos, capítulos de livros e, entre outras obras, de Os Algoritmos e Nós (Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2023) e AI in the International Film and Audiovisual Media Industries (Routledge, 2025).
Colabora regularmente como revisor científico para revistas e editoras internacionais de referência, incluindo Convergence, Mass Communication and Society, Journalism & Mass Communication Quarterly, AI & Society, Public Understanding of Science, Science Communication, De Gruyter e Springer Nature. Foi membro do Painel de Avaliação de Ciências da Comunicação e da Informação da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) nos concursos para Bolsas de Investigação para Doutoramento
(2018, 2022, 2024).
Na NOVA FCSH, coordenou o Mestrado em Novos Media e Práticas Web (2020-2024) e é coordenador do Doutoramento em Media Digitais, tendo vasta experiência na orientação de dissertações de mestrado e teses de doutoramento. A nível internacional, integra o grupo de peritos do Conselho da Europa sobre Inteligência Artificial e Educação e é consultor científico da Hate Speech, Hate Crime and Artificial Intelligence Unit do mesmo organismo. Em Portugal, faz parte do painel de auscultação para a elaboração da Agenda Nacional para a Inteligência Artificial.
Reconhecido pelo seu contributo para a inovação em media digitais, recebeu diversos prémios, incluindo o Prémio Gulbenkian Conhecimento (2019) pela cocoordenação do programa de rádio 90 Segundos de Ciência, e o Prémio de I&D Inovação na Economia Portuguesa (2020), atribuído pela Agência Nacional de Inovação e pelo Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia. Possui ampla experiência internacional, tendo sido bolseiro da Fondation Maison des Sciences de l’Homme (França, 2024) e distinguido com o German Marshall Fund Fellowship (EUA, 2016).
Maria do Carmo Piçarra

Investigadora contratada (norma transitória) do ICNOVA, professora auxiliar na UAL e programadora de cinema, colaborando regularmente com a Cinemateca Portuguesa e com a Fundação Oriente. Em 2023, foi galardoada com a Cátedra Hélio e Amélia Pedroso/Fundação Luso-Americana em Estudos Portugueses na Universidade de Massachusetts Dartmouth. Com uma prática de ação-investigação, os seus atuais interesses académicos incluem as representações fílmicas (pós)coloniais, a propaganda cinematográfica e a censura em Portugal, mulheres e descolonizações e
usos militantes da imagem.
Entre as suas publicações, contam-se os livros Catembe, esse Obscuro Desejo de Cinema (2024), Vento Leste: Luso-orientalismo(s) nos Filmes da Ditadura (2023) e Projectar a Ordem. Cinema do Povo e Propaganda Salazarista 1935 – 1954 (2020). Com Teresa Castro, foi editora de (Re)Imagining African Independence. Film, Visual Arts and the Fall of the Portuguese Empire (2017), e com Jorge António, da trilogia Angola, o Nascimento de uma Nação (O Cinema da Propaganda; O Cinema da Libertação; O Cinema da Independência). Em 2025, publicará, como autora, EasterlyWind. Luso-Orientalism(s) in the [Portuguese] Dictatorship’s Films, pela Peter Lang, e, como editora, Luso-Orientalism(s) – On Imagined Projections and Ruins.Visual Representations of Former “Portuguese Asia”, pela Palgrave. É co-directora da Revista de Comunicação e Linguagens. Em 2024, foi editora convidada da Portuguese Studies para o número dedicado a “Filmed Representations of Former Portuguese Asia and The Indian Ocean”.
Além de bolsas da Fundação Calouste Gulbenkian e da FCT, recebeu financiamento da Fundação Oriente para investigar “Representações da ‘Ásia Portuguesa’ nos Arquivos Cinematográficos” (2018-2020). Em 2022, coordenou o projeto “CineAsia – Representações Filmadas da Ásia ‘Portuguesa’”, no âmbito de concurso de recuperação de projetos ICNOVA (UIDB/05021/2020).
Entre 2013 e 2018, desenvolveu o projeto de investigação de pós-doutoramento “Cinema Empire. Portugal, França e Inglaterra” no CECS-Universidade do Minho e no Centre for Films Aesthetics and Cultures (CFAC), na Universidade de Reading. No estrangeiro, foi investigadora visitante no CFAC e no Institut de Recherche sur le Cinéma et l’audiovisuel, na Universidade Sorbonne-Paris 3, e é membro do grupo Études Lusophones do Centre de Recherches Interdisciplinaires sur les Mondes Ibériques Contemporains, na Sorbonne Paris 5, e colaboradora do Centro de Investigação e Estudos Luso-Asiáticos, da Universidade de Macau.
Desde 2015, dinamiza a Aleph – Rede de Ação e Investigação Crítica da Imagem Colonial, que promove a cooperação e partilha de conhecimento entre investigadores, artistas e cidadãos, colabora com arquivos detentores de coleções coloniais na sensibilização para questões de acessibilidade e preservação e promove a partilha de conhecimento em acesso livre. Jornalista e crítica de cinema, foi consultora de programação cinematográfica do Ano Europeu do Diálogo Intercultural, adjunta da presidência do Instituto de Cinema, Audiovisual e Multimédia, e trabalhou no À Bolina, um projeto Escolhas (Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural) de combate à exclusão social.
A nova coordenação inicia funções com o compromisso de promover um ICNOVA mais inclusivo, inovador e internacionalizado, alinhado com os desafios científicos e sociais contemporâneos.