CICLO META-MORFOSES NO TEATRO TABORDA

 
No dia 25 de junho, quarta-feira, das 18h às 20h, o Teatro Taborda abre portas para o debate ´Meta-morfoses: de Ovídio à Atualidade`. Esta é uma iniciativa do Teatro da Garagem e da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, no âmbito da nova criação da Garagem ‘Metamorfoses’, a partir de Ovídio (estreia no dia 24 de julho, no Teatro Taborda).

ENTRADA LIVRE
Formulário de inscrição: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeXwgv5F9ezOiTBzUPwVZNdbIhxbP42KR1x4nOB6T8F8sA4VQ/viewform?fbclid=IwY2xjawLGRx5leHRuA2FlbQIxMABicmlkETB3dTNoeXpNS2U2OXFHMmNoAR6Ug3AGDqVBqzJ1j2y5Eryj9v42PDv8p4a0g6AZhfqpigDWMpHLwGJRDMQK3w_aem__7P_4Zxl_vbUS9BQ3cfgng

COORDENAÇÃO DE CLÁUDIA MADEIRA ICNOVA NOVA FCSH

À volta da mesa, seja visível ou invisível, construiremos um percurso para discutirmos as meta-morfoses, os discursos que ressoam até à contemporaneidade em torno da obra Metamorfoses de Ovídio. José Pedro Serra e Clara Rowland serão os nossos guias neste labirinto de onde ainda não saímos.

Este livro de Ovídio que mereceu o rótulo de sem igual, tendo exercido, como nenhuma outra obra da Antiguidade Clássica, influência central na arte europeia ao longo dos séculos, apresenta-se como um longo poema em metamorfose, constituído por quinze livros com mais de duzentos e cinquenta episódios, onde se misturam elementos mitológicos, com origem grega e romana, e históricos, com base factual. 
As histórias nele contidas possuem uma estrutura fluída, sucedendo-se ininterruptamente e, por vezes, interrompendo-se e sobrepondo-se mesmo umas às outras, fragmentando-se e aproximando-se das formas narrativas atuais. Apresentam figuras e personagens, como é o caso do casal Báucis e Filémon, que atravessam outras obras que integraram já o repertório do Teatro da Garagem, como o Fausto de Goethe e incluem amores trágicos, como Píramo e Tisbe, que deram a Shakespeare o mote para a criação de Romeu e Julieta.
A obra inicia-se no caos primordial da formação do mundo e atravessa as temáticas do eros e do thanatos, vida e morte, criação e destruição, através da plasticidade que Ovídio confere entre as classes taxonómicas animais, vegetais e minerais e que hoje se presta a novas interpretações em torno das questões ecológicas e do antropoceno/ capitaloceno. Há uma constante transformação em novas formas, numa espécie de labirinto do Minotauro, onde não existe um fio moral.
Foram escolhidas para esta peça onze episódios, adaptados e sintetizados a partir das Metamorfoses de Ovídio, a que acrescentámos mais um episódio usando de total liberdade dramatúrgica para refletir o exílio de Ovídio, o tema central explorado por este autor, o amor, nas suas diversas matizes e o destino do homem num mundo em constante metamorfose.
Estes episódios têm por título: Génesis, Caça, Amor, Zelo, Arte, Bem Público, Labirinto, Hospitalidade, Morte, Ideal, Rumor, Banquete e apresentam-se numa estrutura dramatúrgica desenvolvida por Cláudia Madeira que se apresenta totalmente aberta à metamorfose da encenação autoral de  Carlos J. Pessoa.
 
Cláudia Madeira


BIOGRAFIA DE CLÁUDIA MADEIRA
Professora Associada com Agregação da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Coordenadora do grupo de investigação Performance & Cognição do ICNOVA NOVA FCSH e investigadora do grupo Teatro e Imagem do Centro de Estudos de Teatro da FLUL. Realizou o pós-doutoramento intitulado Arte Social. Arte Performativa? (2009-2012) e o doutoramento em Sociologia sobre Hibridismo nas Artes Performativas em Portugal (2007) no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. É autora dos livros Performance Art in Portugal (Routledge 2023), Arte da Performance Made In Portugal (ICNOVA 2020), Híbrido. Do Mito ao Paradigma Invasor? (Mundos Sociais, 2010) e Novos Notáveis: Os Programadores Culturais (Celta, 2002), entre outros. Escreveu vários artigos sobre novas formas de hibridismo e performatividade nas artes. Leciona na licenciatura e mestrados de Artes Cénicas e Comunicação e Artes do Departamento de Ciências da Comunicação na NOVA/FCSH. Desde 2017 tem vindo a desenvolver trabalho de dramaturgia em colaboração com o Teatro da Garagem O Canto do Papão Lusitano (a partir de Peter Weiss, Lisboa e Bragança 2017); Teatro de um Homem (L)ido (a partir do livro de E.M. de Melo e Castro, Lisboa e São Paulo, 2018); Outra Tempestade (a partir de Shakespeare e Césaire Lisboa e Cabo Verde, 2023), Fausto (a partir de Goethe, Lisboa, 2024).
Recentemente participou nas conferências-performance com dramaturgia coletiva: Tempestade Real (Florianópoles, Agosto 2024) e Crazy Kales (Barcelona, Novembro 2024).

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