História dos Estudos de Comunicação no Mundo de Língua Portuguesa

Chamada para Trabalhos 

Os estudos de comunicação e média têm sido historicamente narrados a partir de cânones centrados no mundo anglófono, especialmente nos EUA, apagando tradições intelectuais, vozes e contextos que desafiam essa hegemonia. Este simpósio dará aos participantes a oportunidade de mapear, criticar e celebrar as histórias dos estudos de comunicação no espaço lusófono — incluindo Portugal, Brasil, países africanos de língua portuguesa (PALOP), Timor-Leste, Macau e diásporas —, interrogando como as dinâmicas de colonialismo, pós-colonialismo, ditaduras e globalização moldaram o campo.  Partimos de um duplo compromisso:  descentrar as narrativas dominantes, destacando epistemologias, instituições e figuras marginalizadas; e conectar as múltiplas tradições lusófonas, explorando diálogos transatlânticos, bem como tensões e resistências.  Incentivamos trabalhos que explorem conexões entre África, Brasil, Timor-Leste e Macau além das relações com outros países e regiões do “Sul Global”.

Convidamos propostas que abordem, mas não se limitem aos seguintes eixos temáticos: 

  1. Genealogias do campo

   – Histórias nacionais ou regionais dos estudos de comunicação e media em Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Macau;

   – Figuras tutelares, pioneiros(as) esquecidos(as) (eg. mulheres e membros de outros grupos marginalizados), bem como redes intelectuais; 

   – O papel das universidades, associações e revistas científicas na institucionalização do campo.

  1. Colonialismo, ditaduras e resistências

   – Comunicação como instrumento de poder durante o colonialismo português e as ditaduras do século XX;

 – Teorias e práticas de comunicação desenvolvidas desenvolvidas em contextos de luta anti-colonial  e de pós-independência; 

   – O lugar da língua portuguesa como veículo de dominação ou emancipação. 

  1. Diálogos e hegemonias transatlânticas

   – A influência das tradições anglo-saxónicas, francesas e alemãs no mundo de língua portuguesa;

   – Circulação de ideias entre Brasil, África, Ásia e Portugal: apropriações, adaptações e resistências;

   – O mito da “universalidade” dos modelos norte-americanos e suas críticas locais. 

  1. Epistemologias alternativas

   – Abordagens decoloniais, feministas e antirracistas nos estudos de língua portuguesa; 

   – Saberes indígenas, afrodiaspóricos e comunitários na pesquisa em história da comunicação;

   – O impacto de movimentos sociais (ex.: lutas pela terra, direitos indígenas, feminismos negros) na teorização da comunicação. 

  1. Desafios contemporâneos

   – O lugar do mundo de língua portuguesa nos debates globais sobre a história da comunicação;

   – Digitalização, plataformas e novas formas de exclusão/epistemocídio; 

   – Propostas pedagógicas para descolonizar o ensino da comunicação.

Esperamos deste modo contribuir para uma ampliação do entendimento global sobre a história e as tradições de pesquisa da comunicação no mundo de língua portuguesa e fomentar novas possibilidades de colaboração entre pesquisadores e académicos de diferentes partes do mundo.

Organização 

Este simpósio é uma iniciativa do LIACOM/Escola Superior de Comunicação Social, Politécnico de Lisboa, ICNOVA e da Faculdade de Comunicação, Universidade de Brasília, em parceria com a Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação, a Associação Moçambicana de Ciência da Comunicação e da Informação, a Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação e com a revista History of Media Studies e visa fortalecer redes de pesquisa críticas na comunidade de língua portuguesa.

Datas importantes e outras informações

Os resumos estendidos (3.000 carateres incluindo espaços e excluindo bibliografia) devem ser enviados em português, inglês ou espanhol até 30 julho de 2025 para o e-mail: historia.dos.estudos.de.com.pt@gmail.com. O anúncio de aceitação ocorrerá até 30 de setembro de 2025.

As inscrições no simpósio decorrerão entre 1 de outubro e 15 de novembro 2025Para auxiliar nos custos da tradução simultânea e organização do evento, será cobrada uma taxa simbólica de inscrição 20 euros/120 reais. Caso a/o participante não tenha apoio institucional, deve contactar a organização para  a avaliação de uma possível isenção de taxa de inscrição.

As comunicações devem ser enviadas até dia 30 de novembro para poderem circular entre os participantes e comentadores.

Possibilidades de publicação na revista History of Media Studies

Os trabalhos selecionados poderão ser considerados para publicação num número especial da revista de acesso aberto History of Media Studies (https://hms.mediastudies.press/). A submissão dos artigos completos para avaliação por pares terá como data limite 30 de maio de 2026.

Data: 11 e 12 dezembro 2025

Local: Virtual

Organização: Filipa Subtil, LIACOM/ESCS-Politécnico de Lisboa, Portugal e Rafiza Varão, Universidade de Brasília, Brasil 

Parceiro: ICNOVA

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Seminário Permanente com Lúcia Romano

“Nóis é treta! Diálogos sobre os afetos insurgentes e a cena contemporânea brasileira”Com Lúcia Romano (UNESP – São Paulo)Data: 23 de junho, às 14hLocal: sala