A primeira edição da INN 2023 – I International Conference on Media Innovation começa já a 1 de fevereiro, na Torre B da NOVA FCSH. São três dias de evento guiados por uma agenda dinâmica e diversa sobre inovação nos media e indústrias criativas – com interesse tanto para profissionais destas áreas, académicos e estudantes, como para o público em geral.
Em antecipação do evento, quisemos mostrar mais sobre o que distingue esta conferência internacional. Dora Santos Silva (Obi.media / ICNOVA) lidera a comissão organizadora e revela, em entrevista, os principais destaques da INN 2023. Mas não só: a coordenadora do grupo Media & Jornalismo (ICNOVA) aborda ainda o panorama nacional em termos de inovação dos media e a importância do mapeamento da inovação.
O que podemos esperar da INN 2023?
Podemos esperar, acima de tudo, uma conferência com um formato diferente daquele a que o público está habituado, porque inclui três dimensões geralmente separadas: as conferências plenárias e sessões de comunicações, residências artísticas e workshops. A conferência foi também pensada não só para investigadores e docentes, mas também para profissionais dos media e de outras indústrias culturais e criativas, artistas, estudantes e, claro, o público em geral.
Como surgiu a ideia de organizar uma conferência internacional sobre este tema?
Embora pareça que a inovação é uma palavra gasta, démodé ou usada para tudo, a verdade é que é hoje essencial, enquanto conceito umbrella, para pensar como podemos melhorar algo que já existe, mas de forma responsável e sustentável, isto é, tendo em conta o impacto económico, ambiental e social. Inovar não é só criar uma solução tecnológica, como parece ser a ideia geral. Pode-se inovar socialmente, nas condições de trabalho, nas narrativas, no modelo de negócio, no bem-estar, nas condições para a criatividade (e a lista continuaria). Além disso, o Obi.Media – Observatório de Inovação nos Media foi lançado há pouco mais de um ano e achámos que era necessário um encontro onde se pudesse discutir questões apenas ligadas à inovação nos media e noutras indústrias culturais e criativas.
Inovação nos media é um tema muito vasto. Que dimensões foram privilegiadas na INN 2023?
Nas conferências que preparámos tentámos privilegiar a inovação imersiva, em particular o metaverso e o áudio espacial imersivo, o jornalismo de soluções, a inovação cultural e criativa, e a inovação social. O mais interessante é que essas dimensões foram também as mais privilegiadas nas propostas de comunicações que recebemos.
O próprio formato da conferência pretende ser inovador. Podemos desvendar um pouco do que vai acontecer nestes momentos mais disruptivos?
Ao longo de toda a conferência há oito residências artísticas que podem ser visitadas livremente durante os três dias no piso 3 da torre B da NOVA FCSH (Campus da Av. de Berna). No dia 1, destacaria a mesa-redonda sobre inovação cultural e criativa com o arquiteto e fundador da Rádio Antecâmara Pedro Campos Costa, o inventor digital Miguel Lannes Fernandes e Cláudia Domingues, diretora de comunicação da IKEA; a masterclass sobre saúde mental na investigação e na docência, com o psicólogo José de Almeida Brites e o workshop desenhado especificamente para doutorandos e jovens investigadores. O segundo dia, mais intenso, tem vários momentos altos, desde a conferência da ex-jornalista da BBC e professora universitária Abigail Wincott, ao final da manhã; a mesa-redonda sobre jornalismo de soluções com as intervenções de Vera Penêda (do European Journalism Centre) e da Julia Hotz (do Solutions Journalism Network) e a cerimónia de entrega dos Prémios INN 2023, ao princípio da noite. O dia 3 é dedicado à inovação imersiva, com a conferência plenária de Ana Constantino, fundadora da Nowhere, seguida logo de uma sessão/workshop no Metaverso; inclui ainda demonstrações e performances das residências artísticas e um workshop de manhã sobre inovação, criatividade e impacto na investigação.
Para investigadores e profissionais dos media, que tendências inovadoras do setor vão estar em destaque na INN 2023? E de que forma é que o evento pode impactar as práticas em contexto real?
Várias dimensões da inovação, como a imersiva, a narrativa e a do áudio espacial, mas também o uso dos media em contexto cultural e criativo. O evento traz não só a partilha de boas práticas, que podem ser replicadas noutros contextos, como também reflexões e trabalhos sobre o que se anda a fazer e a pensar sobre os grandes desafios relacionados com a inovação, o que naturalmente é importante para os profissionais dos media e de outras indústrias culturais que nem sempre têm tempo para ter este bird’s-eye view e uma visão estruturada sobre as mais recentes inovações ou os desafios que implicam.
A INN 2023 inclui a atribuição de prémios de inovação nos media. Como poderíamos caracterizar, de forma geral, o panorama português no que respeita à inovação?
Portugal já vai inovando muito nos media, tendo em conta todos os constrangimentos económicos e humanos; no entanto, essa inovação, no meio de tanta informação e conteúdos que circulam a um ritmo avassalador, acaba muitas vezes por passar despercebida ou não ter a visibilidade merecida. Daí ser fundamental o mapeamento que o Obi.media está a fazer de alguns casos de inovação (que teremos naturalmente de intensificar). Posso dizer que fiz parte do júri que avaliou as candidaturas aos prémios INN 2023 e fiquei surpreendida com quatro ou cinco projetos que não conhecia (e eu costumo estar atenta), o que revela muito sobre a necessidade de lhes dar mais visibilidade.
Três dias intensos sobre inovação
O programa da INN 2023 reflete a diversidade do tema e a preocupação da comissão organizadora em construir diálogos que envolvam a investigação académica e os profissionais do setor dos media.
Mesas-redondas, conferências, masterclasses, workshops, entrega de prémios, uma sessão no metaverso e residências artísticas em permanência são os pontos fortes destes três dias. A partir dos destaques sublinhados por Dora Santos Silva, apresentamos um guia rápido para que possa seguir a INN 2023 – e aproveitar todo o conhecimento partilhado na conferência internacional.
Acompanhe também a cobertura digital do evento nas redes sociais. Basta seguir a hashtag #INN2023
